quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Memórias Vivenciadas I


Do ponto de vista psicológico, a regressão de memória pode ser vista como um psicodrama, uma manifestação do inconsciente, sendo independente das crenças do paciente ou do terapeuta e não dependendo da fé, uma vez que ninguém necessita acreditar em vidas passadas para obter benefícios com esta técnica.

A regressão é um recurso psicológico muito poderoso. Trata-se de uma experiência noética, uma realidade virtual apoiada na vivência pessoal, traduzida em certeza, pela vivência dramática. Quando usada adequadamente, reduz as reacções de ansiedade, angústia, compulsão…Para além do valor terapêutico, podemos encontrar na regressão de memória uma extraordinária ferramenta de pesquisa do inconsciente, permitindo-nos obter e registar informações que, quando correctamente analisadas, nos permitem uma abordagem profunda da psique.

Voltar a reviver as emoções passadas, no transe hipnótico, com intensa catarse, foi o mecanismo de cura inicialmente usado por Freud. Esse processo deu origem à psicanálise, embora, nesse momento, tal não fosse compreendido como regressão. Quando revivemos uma emoção perturbadora, desgastamos a sua carga emocional (catexe), permitindo que o psiquismo utilize o seu tropismo terapêutico (contra catexe). Pavlov, prémio Nobel de Fisiologia, confirmou que todo e qualquer condicionamento se extingue com a repetição, quando não é reforçado pelo estímulo absoluto. Em termos fisiológicos, isso vem corrobora a frase "O tempo cura tudo". O processo terapêutico de "dessensibilização sistemática" de Wolpe, e o "ressignificar" da PNL poderiam ser analisados da mesma forma.

Em biologia, a memória genética é o estudo do material genético dos antepassados ou da raça que regista informações sobre o histórico das transformações filogenéticas pelas quais os indivíduos atravessaram, ao longo da evolução. A memória genética é responsável pelas reacções instintivas do corpo, como as funções gerais do funcionamento do organismo, o sentido inato de sobrevivência de uma espécie, a reprodução, entre outros. A genética trata da transmissão das características hereditárias dos organismos de uma geração para outra e essa transmissão é realizada através de uma memória, à qual chamamos memória genética.

Assim, estudos demonstram que há verdadeiramente um registo no nosso organismo que retém dados sobre as várias fases de desenvolvimento e evolução da humanidade, provavelmente desde os reinos inferiores até o estágio humano. No âmbito da ancestralidade, sabe-se que há uma herança da carga genética dos nossos pais, avôs, bisavôs, etc. e todos eles nos passaram um material de DNA que permitiu a constituição do nosso corpo e as suas características, como a cor dos olhos, a estatura etc.

Em psicologia, a memória genética é a memória herdada através do nosso código genético, influenciando o nosso comportamento. Estudos em Psicologia demonstram que o nosso comportamento é influenciado pela nossa carga genética e o meio em que vivemos. O meio ambiente e o convívio social pode ser o facilitador para o surgimento de características que herdamos dos nossos pais.



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